segunda-feira, 8 de julho de 2013
• Das relações - parte II
Em qualquer nova relação nascente, seja uma simples amizade ou a mais tórrida paixão amorosa, uma das coisas que mais fascina cada um, que mais faz a relação se fortalecer é, a meu ver, a coincidência de pontos de vista sobre aqueles aspectos que mais tocam aos dois.
Por outro lado, um dos factos que mais faz enfraquecer uma relação, quando nesta se navega já de mansinho, a uma velocidade de cruzeiro, no velho rame-rame, é a divergência de pontos de vista sobre os mesmos aspectos que inicialmente unia as partes. O que é sempre possível, porque as pessoas mudam. Isso ou sobre novos aspectos, entretanto emergentes.
Duas pessoas terem sempre coincidência de pontos de vista sobre tudo é do domínio da perfeição absoluta. Logo, não é de esperar que aconteça com muita frequência, se é que alguma.
Isso seria o óptimo, se acontecesse. Mas não contemos com o óptimo. O bom é quando há a tal coincidência na grande maioria ou nos mais sensíveis ou importantes pontos de vista.
É preciso ser atento aos sinais. Porque talvez não valha a pena investir ou persistir numa relação quando começam a multiplicar-se os silêncios. A não partilha de opiniões por se julgar que a outra parte não esteja preparada para ouvir - quanto mais pensar sobre - esses pontos de vista polémicos.
Eu já caí no erro de deixar aumentar o número de assuntos sobre os quais não se fala, pronto. E posso comprovar que não dá certo, a médio ou longo prazo.
Mais vale enfrentar. Confrontar. A relação só poderá continuar a seguir um bom rumo depois. Ou findar a viagem ali e não se perder mais tempo de ninguém.
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