domingo, 25 de abril de 2021

• A abelha e a mosca

Pois!… É uma das mais vãs esperanças deste mundo, essa crença que as pessoas possam mudar.

As pessoas agarram-se às suas realidades, àquilo que conheceram durante uma vida inteira. Habituam-se à dor e não a querem largar, em troca da felicidade. Aceitam o que é costume e rejeitam a novidade.

Felizmente, eu não. Muito tenho eu mudado ao longo desta minha presente existência. Porque escuto as abelhas. Porque não sou cego ao que estas têm a mostrar-me.

Eu próprio creio que me tornei numa abelha. E terei muito a mostrar a outros seres. Mas talvez já esteja a ficar cansado de utopias. E já não quero mudar ninguém.

Estou-me a tornar num eremita militante. O confinamento a que esta pandemia nos força faz-me por vezes pensar que não precisamos de muita coisa. Não precisamos assim tanto de circensis e sim, mais de panem*.

Não precisamos assim tanto de ir ao cinema. Ou ao teatro. Ou ao football. Ou de jantares de grupo em restaurantes. Ou de ir a estabelecimentos de diversão nocturna. Ou de ir a eventos que atraiam multidões.

Aliás, olharemos doravante com algum nojo para multidões, digo eu...

Não precisamos assim tanto do convívio social. E não precisamos assim tanto até de redes sociais.

Não precisamos assim tanto de usá-las só para dizer quotidianamente um “Bom dia a todos!” no Twitter ou no Livro das Caras**. Ou para dizer que já vamos no quinto cafézinho hoje. Ou para relatar que fomos à casa de banho e que o número dois estava duro.

Ninguém quer saber das merdas do nosso dia-a-dia.

Era bom que tivéssemos todos essa grande sabedoria de só partilhar néctares***. E duma forma mais apurada e ajuizada ainda, apenas se víéssemos a descobrir montes de flores de rosmaninho.

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* Até muitos de nós começaram a fazê-lo em casa…

** Feicibuqui, para quem não caiu a ficha ainda...

*** Estou a desabafar isto aqui, mas sei bem que não vai adiantar nada…

domingo, 11 de abril de 2021

• I am the cure

I am the cure for all the pain you carry from your past.

But, beware!… Cos' afterwards this healing can also be fatal to you.

If your faith reveals to you that somehow I can be the one who knows best how to love you completely and by inability you will lose me next...

...No one else after me will be able to heal you from the pains that will come upon you.

The pain will then come to stay. Forever and ever.

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Tradução: Eu sou a cura para toda a dor que carregas do teu passado.

Mas, cuidado!… Porque depois este remédio também te pode ser fatal.

Se acaso a tua fé te revelar que eu possa afinal ser aquele que melhor sabe como amar a tua pessoa e por inabilidade a seguir me perderes...

...Ninguém mais depois de mim te poderá alguma vez curar das dores que descerão sobre ti.

A dor assim terá vindo para ficar. Para todo o sempre.

domingo, 4 de abril de 2021

• Happy Easter 2.0

O ano passado eu desejei uma "Feliz Páscoa" a toda a maltinha com uma graciosa imagem, que pode ser vista no seu respectivo post deste mesmo blog, clicando aqui

(Ou então, pronto, vou voltar a mostrá-la aqui do lado direito, só naquela de poupar-vos a maçada, ó meus leitores…)

Este ano eu apareci a terreiro desejando a mesmíssima cena com est'outra imagem acima, no topo deste post

E vamos a ver como vai ser no ano que vem... 

Até estou com uma certa cagunfa de imaginar o mui provável worst case cenario!…

Há um ano atrás, todos pensávamos que a pandemia ia ser uma moléstia bem mais passageira. Que chegando o verão, a coisa ia desaparecer de vez. E se não fosse o caso, em breve haveria de aparecer uma vacina, a solução final hitleriana para o “bicho”.

Pois a tal da porra da “bácina” chegou-nos perto do fim do ano. E foi então, mesmo depois do Natal, que tudo descambou na Tugalândia. Que conseguimos essa taça de ser o pior país do mundo* em termos de novos casos diários por 100.000 habitantes. 

Bom, o Natal lá se passou. Daqui a umas duas ou três semanas é que se irá descobrir o que a actual Páscoa nos terá custado. 

Já não digo nada…

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* Segundo o que rezam os números divulgados pelos media, de que eu duvido grandemente. Como foi possível passar dum extremo ao outro em tão curto espaço de tempo?…