Eu já me apaixonei muitas vezes nesta minha actual existência. Tantas que já julgava que não o voltaria a fazer. Assim p’ra valer, mesmo!
Depois de ter sobrevivido a este último lustre, estava crente que já teria perdido essa capacidade. Mas não. Parece que não.
Renasci. Voltei a viver. Sei que posso me apaixonar de novo.
Nestes anos depois do traumático fim da minha última relação, até que tive outras paixões antes desta. Mas nunca houve aquela sensação de que poderia me entregar por inteiro.
E posso reconhecer até que nunca fiz essa entrega de mim sem reservas antes. Em nenhuma das relações que tive. Não quero ser ingrato com quem fez o favor de se apaixonar por mim também, mas… Nunca foi como agora.
Tu mostraste-me que ainda estou vivo. Que posso voltar a sentir o coração bater. Eu estava dentro do buraco e tu tiraste-me de lá.
Mas apesar de tudo o que aconteceu, o cepticismo que tenho em mim próprio não pôde deixar agora de me fazer questionar… A tua missão comigo será apenas isto?… Não! Não, não pode ser, pelos deuses todos de todos os Olimpos!…
Eu fui ao teu encontro como uma fuga para a frente. Porque me desafiaste a ir. Porque vi no teu desafio a minha última oportunidade para ser feliz. E porque havia uma ligeira hipótese de poder ser algo que ia ser para sempre.
Não foi. Eu não consegui ficar contigo mais tempo do que umas escassas quatro ou cinco luas. Por incompetência minha. Mas foi o tempo mais que suficiente para desejar da próxima vez ser eterno. Assim o queiramos e consigamos ambos.
Querer, eu creio que o queremos na mesma medida os dois. Outra história será consegui-lo. E a nossa paciência para esperar anda a ser duramente testada.
Pelo meu lado, já me terão levado a fazer esta introspecção: e se não for ainda contigo que ficarei até ao fim dos meus dias? E se alguma das minhas antigas paixões renascer de cinzas que se supõe ainda não totalmente frias? Se um de nós desistir de esperar, serei capaz sequer de me apaixonar de novo?
Capaz, acho que serei. Tu despertaste-me para a beleza que sempre continuou a existir neste mundo mas a que eu estava cego. Mas…
…Eu não quero. Eu quero-te a ti. Porque te vejo como o único ser neste mundo que pode coexistir comigo até ao meu último suspiro. Eu sei que mais ninguém o consegue. E eu só queria que visses em mim o mesmo para ti. E talvez vejas.
Foi bonita a harmonia que tão espontaneamente nasceu entre nós os dois. Foi algo que nunca vivi antes. Todas as nossas promessas se cumpriram. Nós não podemos de todo viver sem abraços.
E só nós dois somos assim em todo este planeta Terra!...
Nós dois juntos é uma ideia que o universo tem de acarinhar. Que os teus anjos - oxalá um dia meus também - deviam nos conceder.
Assim o espero. Assim o merecemos ambos. Porque somos grandes. Porque poderíamos ensinar o nosso exemplo ao mundo inteiro. E para um mundo melhor estaríamos todos caminhando.
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