quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
• São Valentim
É o meu coraçãozito...
Está onde tu o deixaste. Aí se quedou, desde a tua partida para uma vida nova, plena de esperança. Como tu assim disseste para ti mesma e assim pretendes crer.
Eu para aqui estou arrecadado. Num espaço e tempo vazio. Mas graças aos deuses, a natureza tem horror ao vazio. E não tarda em preenchê-lo.
Não fosse a nossa separação e o caminho da minha existência não se teria cruzado com aquela, aqui bem perto, do outro lado do habitat das tágides, que é a maior amiga do sexo oposto que um homem das minhas qualidades e defeitos pode neste mundo ambicionar conhecer. E como é bom poder servir a ela com um imesurável prazer como amigo incondicional.
Não fosse eu gritar aos ventos a carência do teu abraço e eu não teria sido descoberto por uma alma gêmea do outro lado do mundo, para lá do Adamastor. Alguém que me leva a acreditar que um dia, antes de eu nascer e da minha alma vir habitar este corpo meu, ela se terá fendido em duas unidades. Uma delas ficou minha inquilina. A outra aguardou alguns anos mais para se decidir enfim, por ir viver com aquela minha semelhante que veio ao mundo na Pindorama.
Dizes-te alma solitária. Confessas que ainda assim, foi de início ao meu lado que terás encontrado outra alma que mais te compreendia e completava. Terás deixado de crer nisso, talvez.
Eu também me julgava solitário. Não mais me posso considerar tal. Não depois de ter recebido estas duas oferendas dos deuses que mencionei. Mas ainda assim, estarei no próximo dia de São Valentim só. Sem ti ou outra qualquer mulher para poder prestar as minhas homenagens nesse dia sagrado para a minha religião: a adoração da beleza feminina.
Resignar-me-ei. E talvez assim dessa sorte me metamorfizarei no poeta e filósofo maior do Amor. Que esta terra e eu próprio ainda teremos por descobrir dentro em mim. Se é isso o desígnio dos deuses... eu digo: aqui estou. No meu canto.
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