terça-feira, 25 de março de 2014

• Milagres

Não é por nada, não… Mas eu hoje tive uma janela que se entreabriu. Que me leva a crer que milagres ainda vão acontecendo, sem mais nem menos. Que os anjos existem. Que estes podem estar onde menos se espera. Que eu até posso também ser um deles. Que os deuses voltaram a mimar-me. 

E que a beleza existe. A beleza que não é só minha. Ipanema? Nááá!... Mindelo.
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Nota: a imagem não tem nada a ver com o texto. É só singela. E por isso a escolhi para ilustrar este post. Simples assim.

terça-feira, 18 de março de 2014

• Um novo dia, todos os dias...

Nesta aventura errante que é a minha existência, não me posso queixar de monotonia, não…

Já tive várias e variadas (como soe dizer-se agora por aí) profissões nesta vida. E hoje de manhãzinha bem temprano experienciei mais um novo métier. Ou melhor dizendo, dois. Mas já lá vamos…

Fui aprender fazendo o que é isso de ser um funcionário duma agência funerária. Entrando na pele, ou por outra, no hábito - negro, negro - de um desses cavalheiros, ditos cangalheiros. Ou mais popularmente, gatos pingados.

Por um período de menos de uma hora. E a fingir.

Porque tudo gira à volta do vil metal e eu tenho de conseguir arranjar algum para patrocinar a minha vidinha, como aliás todos nós, seres humanos do mundo dito civilizado, pus-me a descobrir se a minha figura seria de algum préstimo a umas destas agências que angariam figurantes entre cidadãos comuns, a Plural.

Para algum espanto meu, e também alguma vaidadezinha da minha auto-estima, parece que sim, que ainda presto para algumas coisas que nem nunca tinha pensado em fazer um dia.

Aceitei um desafio, que em boa hora me foi lançado, de participar do cenário de uma fracção de um episódio de uma telenovela portuguesa, "O Beijo do Escorpião”, da TVI.

Calhou mesmo bem. Eu até sou um triplo Scorpio. O nome da telenovela não podia ser mais auspicioso. E os outdoors desta, quando da estreia, eram bué giros.

Assim, lá me mesclei hoje defronte das câmeras, no cemitério de São Domingos de Rana, com um monstro sagrado da ficção televisiva lusa, o Nicolau Breyner. E mais alguns outros conhecidos actores, como Marco Delgado, Sandra Faleiro e Isaac Alfaiate. À volta de um caixão, pousado defronte da porta aberta de um jazigo.

Toda a cena gravada não deverá representar mais do que um a dois minutos de espectáculo televisivo. E eu sempre ali, quase como uma estátua de sal. Sem pronunciar qualquer som.

Mas enfim, foi assim que debutei. Digo, se me quiserem lançar mais outros desafios semelhantes. Que espero que sim, que venham eles. 

Agora vamos lá a ver se a minha imagem aparecerá um dia destes no pequeno écran e nas revistas de telenovelas com algum garbo. Eu fiquei contente comigo mesmo, ao menos.

Maneiras que é assim...