segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

• Moi, un homme heureux

Je vais vous donner aujourd'hui, chers lecteurs de ce blog, une claire image - peut-être aussi vrai, je ne sais pas - de la taille de ma vanité…

C’est ça: je pense que je dois être une réincarnation du philosophe français Jean-Jacques Rousseau*, qui un jour a dit que “les femmes sont la plus belle moitié de l'humanité”.

J’AIME les femmes. J’aime toutes les femmes. Je ne pourrais peut-être jamais appartenir à une seule femme. Parce que je ne peux pas aimer une seule femme. Je les aime tous. Je pense qu'il ne est guère un autre homme dans ce monde qui peut aimer les femmes ou “la” femme plus que moi.

Ou qui sait, peut-être un jour je trouverai une femme** à laquelle je vais voir réunis en elle-même toutes les femmes de ce monde, si cela est vraiment possible...

Je ne suis pas polygame. J’ai eu plusieurs relations dans ma vie actuelle, toujours monogames. Peut-être juste parce que cet vie n'a pas proportionné que les choses aient été différents. L'étiquette qui peut-être les gens pourront mieux me mettre - et pour faire usage d’un certain euphémisme - c’est... libertin.

Mais, croyais moi, en même temps je suis un bon homme. Et je crois que j’ai sur moi la bénédiction de plusieurs autres bonnes âmes. Donc, je vais être heureux. Je le suis déjà.

Il ne faut pas absolument oublier comme devise que "la patience est amère mais son fruit est doux". Merci, Jean-Jacques, encore une fois.
______________________________________________________

* Déjà cité par moi dans un autre post, celui .

** J’ai déjà été très proche de cette femme, peut-être... À une époque très récente. J’ai même rêvé l’utopie de devenir son homme. Mais la vie, avec son impatience, m'a déjà rejeté cette mission. Mieux comme ça. Je n'était pas à l'hauteur. Pas encore. Mais j'y arriverais un jour.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

• Não tens de quê!…

Agradeceste-me as palavras que me inspiraste e que te dediquei… E eu fiquei sem jeito. E não posso deixar passar isto em branco.

Se alguém deve sentir-se grato sou eu. Grato por seres como és e por seres uma amiga tão presente. Não a ti talvez mas a essas entidades que governam os nossos destinos. A que comodamente chamamos deuses e supomos sobre-humanos.

Nada há que me possas agradecer. Eu gosto, eu exulto com o poder dizer a alguém aquilo que com toda a liberdade te digo. E esse alguém seres tu, tal como tu és, faz a coisa ser ainda mais magnífica.

E sabes… Eu acredito que a nossa amizade dá-me bom ar. A nossa amizade faz-me voar.

Nos países frios do hemisfério norte dizem que é no inverno que aprendemos a andar de bicicleta e no verão é que aprendemos a patinar no gelo. Quando não podemos praticar uma actividade, a nossa mente ocupa o tempo a consolidar os gestos e a gravar automatismos destes.

Assim é também a nossa amizade. Nem todos os dias temos uma troca, um diálogo, um convívio das nossas duas almas, cada vez mais confortáveis uma com a outra. Mas nesses dias de silêncios também vou aprendendo sempre um pouco mais a gostar de ti.

É imbuído deste pensamento que escrevo estas simples linhas agora.

Por isso, não tens de quê, minha grande amiga. Não tens nada que agradecer todo o bem que me fazes.

E a paz de espírito que mesmo sem querer me aportaste sempre, desde que nos encontrámos um dia, há-de perdurar infinitamente no tempo, aconteça o que acontecer.


domingo, 9 de novembro de 2014

• Procurei-te

Procurei-te. E sigo te procurando em todas as mulheres. Porque não estou contigo. Ainda. Mas quanto mais te procurava a ti, mais me convencia que quem eu buscava era a mim mesmo. E foi em ti que me encontrei, finalmente.

Tu não serás talvez aquela com quem eu irei lado a lado até aos fins do meus dias. Mas quando os nossos caminhos se cruzaram, um pensamento me assaltou. Que me sussurrou assim:

- Pronto! Isto é um sinal de que quando eu morrer já não devo ir para o inferno. Eu mereço melhor.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

• I, a dad with lots of kids


Era um dos meus sonhos de começo de vida adulta. O de ter uma g’anda cambada de putos.

Não muitos, também. Nada de duas dúzias, por exemplo. Não. Aí uns sete ou oito, conforme a vida o permitisse. E não todos naturais, gerados por mim e pelas minhas almejadas sete esposas, não.

O meu sonho era bem específico: casar com uma boa candidata a super-mãe, que partilhasse este desejo comigo de criar uma família numerosa, iniciada com um filho natural e prosseguida com filhos adoptivos. De diferentes raças humanas. Para termos assim como que uma pequena ONU de trazer por casa.

Bem assim como mais tarde começaram a surgir famílias iniciadas por alguns casais de estrelas de Hollywood mais mediáticas. Como Woody Allen e Mia Farrow, que não correu lá muito bem a sua história. Ou mais recentemente, Brad Pitt e Angelina Jolie.

Não que eu visse nestas famílias um modelo, não. Apenas porque eu achava interessante proporcionar o convívio debaixo do mesmo tecto de meninos e meninas que à partida teriam backgrounds culturais diversos. E ver qual o resultado que a minha suposta mestria como pai poderia dar.

Isto foi no princípio dos meus vinte anos. Década da minha existência que viria a fruir demasiado rápida. Mal me apercebi disso e já estava à beira dos trinta. E nem sombra de companheira feminina nem de um projecto pessoal de construir um ninho suficientemente amplo para albergar toda aquela prole que tinha idealizado.

De modos que esse sonho ficou na gaveta. 

Hoje, a exactamente a uma semana de completar cinquenta e quatro outonos (pois não nasci na primavera), estou na mesma. Sem eira nem beira. Sem a companheira para abraçar no fim de cada dia, ao regressar ao lar. E sem o tal lar. Doce ou amargo lar. Nada.

Nada, isto é, não é bem assim! Há uma cria minha que entretanto nasceu. E que está agora na vez dela de apalpar terreno nessa área do saber que é o de constituir família.

Cuidei que já era tarde para mim agora para experimentar ter a tal cambada de putos para educar. E de uma forma duradoura, até é. Mas o destino prega-nos partidas…

Ao mesmo tempo que um desafio profissional que abraço neste momento - o de ser animador turístico - me está a proporcionar um certo “retiro espiritual” de que falei num post de outro blog meu, também este métier me dá a chance de trabalhar com crianças.

No passado sábado, neste kids club de um hotel algarvio que é o meu local de trabalho, experienciei o que é ser como que um pai-coach para um miúdo de onze anos, que vinha de Lisboa com os seus pais passar o fim de semana.

Já tinha sentido o mesmo com outro miúdo da mesma idade durante toda a semana que decorreu. Desta feita um rapazito escocês de Edinburgh. Ambos reclamaram bastante do meu tempo, atenção e energias para os acompanhar na prática de vários desportos e jogos, como ténis de mesa, basquetebol, badminton, voleibol e matraquilhos. À falta de condições para experimentarmos mais outros.

Pareceu-me que estes dois miúdos gostaram de me ter como um paizinho sempre disponível para jogar com eles. E até julgo que a minha dedicação a um destes miúdos despertou algum ciúminho no seu próprio pai. Que era um pouco severo com o rapaz, talvez movido pelos seus valores conservadores.

E para além destes dois rapazes, tive ao meu cuidado exclusivo cerca de oito a nove meninos e meninas inglesas, com idades entre os três e os quinze anos. De maneira que às tantas eles foram um simulacro daquela família numerosa que eu outrora quis.

Pu-los todos a fazer actividades diversas, dando especial atenção a duas pequenitas que queriam colorir com lápis de cor uns desenhos de figuras conhecidas da banda desenhada e a jogar sjoelbak. Que é uma porcaria dum jogo holandês a que acho pouca piada. Mas os miúdos deliram com esta coisa…

Os meus dias têm sido, desde que sou um algarvio emprestado, um mar de felicidade. Da mais pura. Obrigado, meus deuses.  ;-) 
______________________________________________________

Nota: E hoje até tive tempo disponível para escrever este post, enquanto estava com o kids club de porta aberta. Os miúdos e graúdos deram-me esta trégua momentânea. Pudera!… Está um bafo de calor no ar daqueles que me dizem que nem em Agosto aqui tiveram. E o que apetece a todos é mandar umas valentes cacholadas na piscina. Por isso deixaram-me sozinho e tranquilo, como um observador da boa vida deles. Que é a minha, também.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

• I, Neptune

We all want to be loved. We all love to feel we are important to someone else.

And we are. To our own family. To our parents. To our brothers and sisters, if we have any of those. To some relatives of ours. To our friends. Or to the ones who have conquered our hearts. Our girlfriend or boyfriend, wife or husband.

And last but not least, to our own children, if we have the fortune to have them.

Nothing beats the feeling of one being important to a new born, a life that is just beginning. Nothing, I tell you...

I’m one of the most fortunate of men. I’ve been blessed with the most beautiful daughter a father can dream of.

My sweet little daughter is today a proud little woman, almost to finish her master’s degree. And I don’t think I will have another chance of raising a child of mine after her. I wouldn’t be important to another new life. But this last week I was.

To a little boy called Matthew. Of one year old. Just starting to take his first steps with his little feet. A brave little baby who doesn’t give up on anything.

He’s just starting to say his first words, I believe. Perhaps he doesn’t know how to say mommy or daddy. But he knows how to call me when he sees me at a distance. And he shouts toward me “King! King!” pretty loudly. And with his little arms in the air. And showing a so happy smile in his little face.

I perhaps won’t see him again anymore in my life, after last wednesday evening. He’s not my son. But I will never, ever forget this little kid.

Nor Olivia, his older sister, of four years old. A truly smart little girl. Or Zoey, her little friend, younger than her. Or Frankie, Zoey’s brother, about the same age as Olivia. Or the parents of all of these kids. All of them truly kind and good people. With great hearts. And such wonderful families they all make.

Matthew will grow up to be a champion. And when one day in the future I will watch him on tv raising above his head the greatest sport trophy there is, I will say to myself “I knew it!…”.

And I will love having lived such sublime moments as those as little Matthew and a bunch of small kids gave me, to cherish them in my most precious memories. If people only knew, I would be the envy of this entire world.

domingo, 3 de agosto de 2014

• Somos todos ilhas

E eu tenho vindo a juntar-me ao meu pequeno arquipélago, novo em folha, após o abalo sísmico provocado por um súbito movimento de placas tectónicas que me separou de outra porção de terra firme.

É formoso, este arquipélago que outras ilhas igualmente bonitas estão a consolidar ao meu redor, a pouco e pouco. E há já algum tempo que se avista a ilha dos amores deste lado donde me encontro.

terça-feira, 22 de julho de 2014

• À quoi bon a t’on besoin d’une femme?…

Je venais de fêter mes 41 années quand nos parcours de vie se sont croisés. Et puis j’ai vécu avec elle - ou plutôt mieux dit, on a cohabité ensemble - jusqu’au lendemain de compléter mon demi-siècle de éxistence dans cet planète.

À la fin de ces presque neuf ans, je suis devenu très habitué à sa présence dans notre foyer. Elle était mon(a) meilleur(e) ami(e), tous genres considerés.

Elle m'a accroché à nos câlins, que sont devenus indispensables à faire plusieurs fois par jour ou même à l’heure. Et aussi à échanger des baisers fréquents, pendant qu’on se souvenaient qu’on était lá, tout près l’un de l’autre.

Faire le voyage quotidien que tout le monde doit empreindre la nuit, ensemble avec un autre âme, ça c’est aussi quelque chose que me manque beaucoup…

Avoir toujours disponible quelqu’un qui savait écouter mes histoires c’était très bon, aussi. Et j’en pourrais parler d’un tas de autres choses, encore. J'ai étais comme un sultan.

J'ai alors vu toute ma vie bien rangée. Elle me disait souvent que si je partais, elle irait jusqu’à la fin du monde pour se joindre à moi à nouveau. Comme un magnet.

Mais un certain jour ele a changé d’avis sans me l’informer… Et beaucoup plus tard elle s’est révélé quelqu’un absolument étrange à moi. Ou plutôt non. Je me suis laissé aveugler, dans un période quelconque, au long du chemin…

Depuis notre séparation, je croyais que je n’allais pas survivre longtemps sans quelqu’une qui pourrait la remplacer. Quelqu’une qui pourrait m’aider à éffacer les mémoires de tous les bons et moins bons moments vécus ensemble avec elle.

J’ai même développé au début une forte obsession pour vite être dans un couple á nouveau. Mais bon, trois ans se sont écoulés… Et je reste toujours vivant. Pas si heureux comme avant, mais peut-être beaucoup plus sage. Et plutôt plus mûr. 

Et si j’ai survécu tout ce temps sans elle, la question se pose… À quoi bon ai-je besoin d’une femme?…

Certes, pendant ce temps en solitude j’ai éssayé de faire le pont sur son absence. En plusieurs aspects et de plusieurs façons. Je me suis fort bien laisser être ouvert à un nouveau monde de possibilités à découvrir. et á jouir.

J’ai fait de plusieurs nouvelles amies. Quelqu’unes trop précieuses. J’ai même eu la chance de trouver une amie avec laquelle j’ai tant de fois eu la sensation de me réveiller à cotê d’elle. Mais ceci dit, il faut bien préciser chacun de nous dans son lit, séparés de quelques centaines de kilomètres… 

Il y a quelque chose dans l’air que me dit que ma vie ira bref changer pour bon. Soit je vais être le compagnon de plus une femme, qui sera ma cinquième, qui va me mériter et moi à elle, bien sûr… Ou alors je vais devenir un hermite ou un anachorète*. Définitivement. Et ça c’est bien fait!… L’un ou l’autre destin.

Tout va dépendre de trouver la bonne réponse à ce éternel gros dilemme masculin:

À quoi vraiment donc ai-je besoin d’une femme?…

Et surtout ou encore… À quoi vraiment donc aura des fois une femme besoin d’un homme si sui generis que moi?…

Autant que je puisse être une compagnie agréable et un bom maître, je serais peut-être taillé plutôt pour vivre comme un loup solitaire.
______________________________________________________

* Je choisirais entre ces deux mots lequel sera le plus agréable pour m’auto-classifier, tant que l'occasion se présentera un jour. Ou pas, si jamais je le souhaiterais plutôt ainsi... 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

• Ir além do desassossego

Cansado de ser um ando eu, ó Nando!… Eu queria era ser cento e um, com um harém inteiro para meu bel-prazer. 

“És um delicioso doido, Giuseppe… Em pouco tempo ficavas cansado e a querer enxotar o harém porta fora….” - comentou comigo uma boa amiga, doida como eu, depois de ler isto no facebook, à laia de fazer uma festa no meu cabelo. Virtualmente falando.

Retorqui eu a esta amiga que renovar-se-ia o staff do harém todos os cem dias, como me pareceu evidente. Que levar com o meu mau feitio também é dose, pobres das criaturas...

sábado, 31 de maio de 2014

• The last cookie in the jar

I sometimes see myself as the last cookie in the jar. The one which will leave in our mouth a desire for more. The most delicious one.

On the other hand, sometimes too like the one everybody don’t have the will to pick it up. Left in the jar alone forever and ever. So, there’s this bitter sense of loneliness invading me, at the same time.

It’s lonely at the top, they say… Great people in this world were most of the time alone. With no one to follow them. To be able to stay by their side. So, I accept my destiny. And try to keep my self-esteem sky high, as it should be.

After all, there’s so many talents out there like mine, sooo damn wasted…

Will things always be like this? Shall we live to see a better world someday? Will I be happy? And able to make someone by my side happy too?

terça-feira, 20 de maio de 2014

• Pierdut*

I feel a little bit lost, nowadays. But at the same time tempted with so many flowery paths to walk on by.

Imi doresc o zi cineva mi-a îmblânzi.**
______________________________________________________

* Lost, in romanian.
** I wish one day someone to tame me, also in romanian.

terça-feira, 13 de maio de 2014

• About manhood

That’s me!... But on the other hand, it takes a real superwoman to be able to deal with my superpower.

That is, if I still have it. I’m not sure, anymore. I lack some practice. I'm confused. Hoping that one day someone will say about me:

“He’s the one!”

Will I endure and still have time to live the fairy tale?

quarta-feira, 30 de abril de 2014

• L'histoire des trois frères

Aujourd’hui je vais raconter dans ce post la singulière histoire de Julien, Juliette et Benjamine

Julien, Liette et Jamine - les petits noms des deux filles - étaient trois frères qui ont semblablement vécu entre la fin du siècle XIX et le début du siècle XX. En France, à la Bretagne, à Douarnenez. À l’Ile Tristan, plus précisément. Qu'on peut voir sur la photo ci-dessus.

À vrai dire, nous ne connaissons pas le nom de famille de ces trois frères. Ni s’ils étaient des frères naturels. On admet l’hypothèse qu’ils étaient adoptés. Ce qu’on sait c’est qu’ils apartenaient à la famille d’un riche propriétaire, peut-être un majorat. Julien était un étudiant, peut-être de lois. Et très bon élève.

Ce qu’on connait c’est la fin de leurs vies. Qui est tragique.

Comme ça, avec tous ces conditions réunis, cet histoire doit être bien connue ou documenté. Si elle est vrai. Il y’a plusieurs années, j’a éssayé de confirmer sa veracité. Avec l’aide d’internet. En demandant à plusieurs amateurs de génealogie de Bretagne leur colaboration. 

Ils s’aimaient fort bien, les uns les autres, ces trois frères. L’ainé, Julien, croyait avoir le devoir de surveiller et protéger ces deux soeurs. Et lui et Liette étaient toujours en train de maitriser la vie de la benjamine, Jamine. 

Un jour, quand ils avaient respectivement les âges de 18, 15 et 12 ans, dans une plage, s’est produit la première mort. 

Julien, qui normalement ne laissait pas ces soeurs, s’est éloigné d’elles pour aller grimper sur des rochers. En partant, il a dit à elles de ne pas entrer dans l’eau de la mer. Jamine, qui avait ses caprices et ses volontés difficiles de dominer, n’a pas obéï. 

Elle envisageait être plus indépendante et donnait un boulot terrible à ses frères à cause de ses fréquents entêtements. Malgré ça, elle était la plus aimée des trois. Presque comme que idolatrée. 

Jamine, alors, a couru vers la mer, dés que Julien avait disparu de vue. Liette a voulu la ratrapper et la faire revenir. Mais plus elle éssayait de s’approcher de Jamine, plus celle s’enfuiait. C’était un jeu que perversement Jamine a voulu joué avec l’angoisse de sa soeur.

Quand les deux soeurs étaient dans l’eau, une grosse vague les a amennée. Liette a réussi à se sauver, en s’accrochant à un rocher. Mais elle a du attendre longtemps pour l’arrivée de secours. Et elle a pris un coup de hypothermie. 

Jamine s’est laissé noyer, en se débattant contre les ondes. Son corps est survenu sur les sables le lendemain. 

Julien a développé, depuis l’évennement, un énorme sentiment de culpabilité. Il a cru que c’était sa grande faute la mort de sa si aimé petite Jamine. Le chagrin a envahi son pauvre coeur pour ne pas le quitter jamais. 

Liette le confortait en vain. Et puis, il a commencé à avoir des visions de l’âme de Jamine, quand il se badalait d'habitude dans une fôret. Liette croyait que leur soeur venait de l’au-delà pour calmer l’esprit de Julien. Mais ses mots n’étaient pas écoutés par le pauvre garçon. 

Un jour, peut-être conséquence due à la hypothermie, Liette brulait de fièvre dans son lit, au manoir de ses parents. Julien était encore une fois dans sa fôret. Très loin pour que Liette puisse l’entendre. 

Pourtant, elle a cru écouter une demande de secours venu de son frère, qui était tombé dans une piège naturel, entre pierres et arbres. Il était en risque de mourir s’il restait là plus longtemps. Liette a eu cette vision de l’accident qui était survenu à Julien. 

Même fébrile, elle est parti à la rencontre de son frère. Mais s’était une nuit très noire et d’une tempête infernale. Liette n’a pas réussi à trouver Julien. Il a probablement décedé à cause de ses blessures, par faute d’aide à s’en sortir du trou où il est tombé.

Liette a été trouvé par des gens quand le matin se levait. Sa maladie est devenu pire qu’elle l’était le jour avant, quand elle restait au lit. Et ainsi elle est décedé avec une pneumonie. Ou influenza, comme on disait à l’époque. 

C’est ainsi que la tragédie s’est abattue sur la famille de ces trois promisseurs beaux enfants. 

Mais cet histoire ne termine pas là.

Là c’est juste la fin des mauvaix évennements. Ce qui va se suivre dans un prochain post c’est la partie divine de ce rêve. 

J’ai cru à cet histoire parce que je veux la croire avec toutes mes convictions. Elle est tragique mais sa suivi est néanmoins trop belle. 

Et je la crois aussi pour le respect que j’ai à celle qui m’a passé cet bénédiction des dieux. Je désire avec tout mon âme que des preuves de l’éxistance de ces trois frères et des circonstances de leurs morts me soit fait parvenir.

On ne sait jamais… Ce post peut un jour être lu par quelqu’un qui aura ces preuves.

terça-feira, 15 de abril de 2014

• O meu maior inimigo

É de facto a memória o meu pior inimigo. Aquele que dentro de mim vive e me consome, a pouco e pouco.

E para quê? Porque temos nós memória? Se ao menos nos servisse para aprender com os erros… Mas não. Nós erramos e continuamos a errar. As nossas existências não são outra coisa senão uma sucessão de erros. De erros e mais erros, que cometemos tal como respiramos. Dos mesmos erros, anos a fio replicados.

E depois temos ad eternum de viver com as memórias destes erros… Para quê???… Não podia o Criador ter-se abstido de nos equipar com estes chips que não são úteis a nada?… Excepto talvez para não nos deixar repetir os mesmos erros… imediatamente a seguir a serem reconhecidos. Sim, porque mais tarde ou mais cedo lá cairemos de novo neles…

O erro exerce uma atracção fatal sobre o ser humano. Sabemos tantas vezes e tão bem o que é o certo… Mas não resistimos a fazer ao invés o errado. 

Tornamo-nos voluntárias cobaias de nós próprios. Sobretudo em algo que todos nós almejamos e perseguimos amiúde: o amor.

E depois quando o amor se extingue, porque coisa mais fugaz não há, restam as memórias em nós!… Como uma ferrugem, que é o preço que até o mais nobre aço temperado das espadas de Toledo sempre acaba por pagar por enfrentar a corrosão provocada pelos elementos naturais ao longo de séculos.

Este meu grande inimigo está a cansar-me a beleza!… Mas ao mesmo tempo é como se esta fosse suar para um ginásio. E depois vem de lá mais revigorada.

Afinal, o nosso pior inimigo pode trazer-nos também algo benéfico.

“In the practice of tolerance, one's enemy is the best teacher.”
- Dalai Lama
E a tolerância faz os homens serem melhores.

terça-feira, 25 de março de 2014

• Milagres

Não é por nada, não… Mas eu hoje tive uma janela que se entreabriu. Que me leva a crer que milagres ainda vão acontecendo, sem mais nem menos. Que os anjos existem. Que estes podem estar onde menos se espera. Que eu até posso também ser um deles. Que os deuses voltaram a mimar-me. 

E que a beleza existe. A beleza que não é só minha. Ipanema? Nááá!... Mindelo.
______________________________________________________

Nota: a imagem não tem nada a ver com o texto. É só singela. E por isso a escolhi para ilustrar este post. Simples assim.

terça-feira, 18 de março de 2014

• Um novo dia, todos os dias...

Nesta aventura errante que é a minha existência, não me posso queixar de monotonia, não…

Já tive várias e variadas (como soe dizer-se agora por aí) profissões nesta vida. E hoje de manhãzinha bem temprano experienciei mais um novo métier. Ou melhor dizendo, dois. Mas já lá vamos…

Fui aprender fazendo o que é isso de ser um funcionário duma agência funerária. Entrando na pele, ou por outra, no hábito - negro, negro - de um desses cavalheiros, ditos cangalheiros. Ou mais popularmente, gatos pingados.

Por um período de menos de uma hora. E a fingir.

Porque tudo gira à volta do vil metal e eu tenho de conseguir arranjar algum para patrocinar a minha vidinha, como aliás todos nós, seres humanos do mundo dito civilizado, pus-me a descobrir se a minha figura seria de algum préstimo a umas destas agências que angariam figurantes entre cidadãos comuns, a Plural.

Para algum espanto meu, e também alguma vaidadezinha da minha auto-estima, parece que sim, que ainda presto para algumas coisas que nem nunca tinha pensado em fazer um dia.

Aceitei um desafio, que em boa hora me foi lançado, de participar do cenário de uma fracção de um episódio de uma telenovela portuguesa, "O Beijo do Escorpião”, da TVI.

Calhou mesmo bem. Eu até sou um triplo Scorpio. O nome da telenovela não podia ser mais auspicioso. E os outdoors desta, quando da estreia, eram bué giros.

Assim, lá me mesclei hoje defronte das câmeras, no cemitério de São Domingos de Rana, com um monstro sagrado da ficção televisiva lusa, o Nicolau Breyner. E mais alguns outros conhecidos actores, como Marco Delgado, Sandra Faleiro e Isaac Alfaiate. À volta de um caixão, pousado defronte da porta aberta de um jazigo.

Toda a cena gravada não deverá representar mais do que um a dois minutos de espectáculo televisivo. E eu sempre ali, quase como uma estátua de sal. Sem pronunciar qualquer som.

Mas enfim, foi assim que debutei. Digo, se me quiserem lançar mais outros desafios semelhantes. Que espero que sim, que venham eles. 

Agora vamos lá a ver se a minha imagem aparecerá um dia destes no pequeno écran e nas revistas de telenovelas com algum garbo. Eu fiquei contente comigo mesmo, ao menos.

Maneiras que é assim...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

• Just a thought...

“Comfort zones are better when they're shared”

This came up suddenly to my mind yesterday, while I was commenting some posts of a good facebook friend of mine. When I swear having been happier while compulsively sharing the available space on a smaller bed with another soul.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

• Esquisitices…

Gosto de pessoas esquisitas. As pessoas que não são esquisitas contentam-se com qualquer coisinha. As pessoas esquisitas com que a minha vida se cruza e que vêm a gostar de mim elogiam-me com esse seu gostar. Fazem-me sentir especial. Igual a elas.

Afinal das contas, eu cá também sou esquisito. Muuuuiiito esquisito!… 

Sou exigente com as minhas amizades. A minha zona de conforto é entre aqueles que são desapegados, generosos e sobretudo inteligentes. Dos dotados com aquela variante da inteligência humana que eu vejo como a mais preciosa de todas: a sensibilidade. Apurada. Madura. Iluminada. Enriquecedora.

Eu sou, no entanto, um lugar muito distante das zonas de conforto das pessoas ditas normais. Ou de praticamente todas as pessoas, mesmo. Quiçá como um semi-deus...

Sim, não tenho pejo em dizer uma aleivosia deste calibre. Sou como uma pequena divindadezinha. Caprichosa. De gancho, como se costuma dizer. Too demanding. Demasiado carente. O que me tornará insuportável.

As relações amorosas que vivi falharam. Por causa de mim. Desta minha elevada exigência das melhores qualidades humanas nos outros. Ou mesmo sobre-humanas…

E é razoável este nível de exigência da minha parte? Não.

Não o é porque eu tenho pouco para dar em troca. Estou longe, deveras afastado de ser aquilo que se costuma rotular de "um bom partido". Sou mesmo fraquíssimo.

Sou pobre. Cada vez mais. Não tenho bens materiais. Cada vez menos. Sou velho. Cada vez mais. Não sou autónomo. Cada vez menos. Sou um desocupado e desencorajado. Cada vez mais. Não tenho fé no futuro. Cada vez menos. Estou cansado. Cada vez mais.

O que terei de positivo, então?… Só isto: uma enorme vontade de virar a página, recomeçar uma vez mais e, desta feita, para dar infalivelmente certo. Na mouche. Completamente. Sem quaisquer reservas. Ou dúvidas existenciais. Totally committed to success. 100%.

Tal como o estado de alma que nos pode parecer que se apodera da mulher nesta belíssima foto ao lado. Vê-se nela uma imensa determinação. E uma altivez intocável. E uma elegância de alma sã. As mesmas traves-mestras que eu, despudoradamente, creio deter, também. 

Só espero estar no trilho correcto. No mesmo que ela. Em sentido inverso. De modo a que tenhamos de esbarrar um com o outro. Sem escapatória possível.

Tenho uma ligeira fé, que me diz que... Julgo que talvez já a conheça, a essa mulher com a qual vai dar certo, finalmente…

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

• Ukwethembeka*

Li num blog que sigo regularmente, o shiuuu, e onde comento amiúde os segredos que merecem mais a minha atenção pela sua sabedoria ou que mais me fazem reflectir por uma instantânea sensação de absurdo esta confissão: 

“Eu nunca fui fiel a ninguém. (…)
E nunca serei um homem de uma mulher só. (…)”

Para ler o segredo na íntegra, clicar aqui.

Porque talvez me tenha revisto um pouco no que outro homem revelou sobre si - não adiro completamente ao que ele disse -, este segredo levou-me a escrever isto que me veio á alma… Que em baixo se seguirá:

“Ninguém é perfeito. Ninguém, mesmo.

Quando começamos a amar alguém, esse ser vai-nos parecer à partida a perfeição em pessoa. Mas o tempo se encarrega de nos mostrar de novo, mais tarde ou mais cedo, que ninguém é perfeito. Fatalmente.

E é então nesse momento que surge aquela terceira pessoa, como que por acaso sempre, que não tem aquela imperfeição da pessoa que lá atrás começámos a amar. E fatalmente nos apaixonamos então pela terceira. E depois talvez por uma quarta. E uma quinta. E por aí adiante. Sempre porque ninguém é perfeito.

Atrás de nós deixamos um rasto de corações partidos ou desiludidos connosco. Outros também nos partem o coração, em retorno.... E a vida é assim. Não há nada a fazer. É o preço a pagar.

Amar uma só pessoa toda a nossa vida não é natural. Ficar amarrado a uma só paixão é como um navio transatlântico virar um cacilheiro. Há quem seja feliz assim... Mas será que isso é viver a vida ou será morrer um pouco para o mundo?...

Só quem tem necessidade de se sentir a amar e ser amado com grande intensidade e entrega sempre, ao longo de toda a sua vida, há-de compreender o que eu disse... os outros não.”

Esta primeira expressão do que me ia no pensamento terá mexido com algumas consciências… Que por razões que eu desconheço - que só poderão ser razões pessoais com as quais eu nada tenho a ver - terão resolvido desatar a tentar insultar as minhas opiniões. 

Digo tentar porque sem sucesso. Bem sei se será gente que foi um dia amargurada por outro alguém e não por mim. Que também terei sofrido mais dores do que as que causei a outros. 

Comprova-se. Pela qualidade dos comentários que a minha dissertação mereceu no shiuuu, eu tenho mesmo um pensamento muito distante do resto do rebanho. Embora isso me deixe quase completamente isolado, ao mesmo tempo faz-me sentir feliz.

Mas eu pergunto-me... Porque será que a expressão do meu pensamento, que procurei partilhar naquele blog terá ferido tantas susceptibilidades?... A ponto de acharem urgente destilarem tanto fel? A que se deverá isto, se não fiz mal a ninguém? Nem tenho nada a ver com quem quer que seja que lá comente... Só disse algo diferente do que os demais diriam… 

Freud explicará, que eu não consigo... A sério que não consigo, mesmo! Mas sei que Einstein teorizou algo acerca duma dimensão infinita da estupidez humana.

Eu até talvez amaria não ter razão absolutamente nenhuma… E até julgo que sou capaz de amar as imperfeições nos outros, sobretudo quando estas são daquelas que eu também partilho. Que eu, tal como os demais, não sou perfeito. E como me é tão evidente essa verdade!…

Só que… ainda não encontrei quem me venha a convencer a ser fiel a 100%. Ou talvez até já tenha encontrado… Mas ainda não convivi tanto quanto desejaria com esse ser.
______________________________________________________

* Fidelidade, ou faithfulness, na língua zulu.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

• Sapiosexual

Ontem, por um acaso quiçá um pouco feliz, descobri este rótulo para o que eu acho que sou: um sapiosexual.

Consigo olhar agora para o meu último relacionamento com alguma distância, que o tempo foi neste ano que passou gradualmente aumentando. E talvez - talvez - seja também por eu ser sapiosexual que essa relação falhou.

Como em muitas relações, houve no início uma atracção tanto mental como física. Durante os nove anos que esta durou, se o lado físico não decaiu quase nada, pelo lado mental sempre esperei que este se mostrasse crescente. O que não foi o caso…

Sempre julguei estar a dar o meu melhor… mas não foi o suficiente.

Desde que há mais de três anos passei a ter um leito demasiado grande, a minha vida sofreu um consequente sobressalto. Abri-me mais ao mundo. E com muita fortuna travei conhecimento com vários e variados seres humanos de excelência. De que me tornei amigo. E de um anjo lindo em partícular, quedei-me mesmo um amigo muito especial. E creio que é recíproco este laço.

Este processo foi um bom exemplo da lei das compensações da nossa querida mãe-natureza!… Estou na friendzone de muitas queridas pessoas. E talvez daí não saia mais. Mas enfim…

Não é fácil ser um sapiosexual… Não é mesmo nenhuma pêra doce! É quase se calhar até uma maldição. Mas já não sou um jovem. E não me estou a ver a mudar.

Talvez já tenha tido a minha conta. E não me posso queixar da vida que tive. A sorte, essa nunca me abandonou durante muito tempo. Mas as minhas escolhas... Essas é que eu tenho mesmo de rever, de futuro.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

• Kindergarten

Ainda a propósito de Eusébio...

...e da sabedoria com que ele se comportou em toda a sua vida, lembrei-me - no dia do seu funeral, depois de escrever o meu último post antes deste - dum texto que abaixo reproduzirei e que sempre procurei também que me norteasse.

Aqui vai, então…

ALL I REALLY NEED TO KNOW I LEARNED IN KINDERGARTEN

All I really need to know about how to live and what to do and how to be I learned in kindergarten. Wisdom was not at the top of the graduate school mountain, but there in the sand pile at school.
These are the things I learned:

  • Share everything.
  • Play fair.
  • Don't hit people.
  • Put things back where you found them.
  • Clean up your own mess.
  • Don't take things that aren't yours.
  • Say you're sorry when you hurt somebody.
  • Wash your hands before you eat.
  • Flush.
  • Warm cookies and cold milk are good for you.
  • Live a balanced life - learn some and think some and draw and paint and sing and dance and play and work every day some.
  • Take a nap every afternoon.
  • When you go out in the world, watch out for traffic, hold hands and stick together.
  • Be aware of wonder. Remember the little seed in the Styrofoam cup: the roots go down and the plant goes up and nobody really knows how or why, but we are all like that.
  • Goldfish and hamsters and white mice and even the little seed in the Styrofoam cup - they all die. So do we.
  • And then remember the Dick-and-Jane books and the first word you learned - the biggest word of all - LOOK.

Everything you need to know is in there somewhere. The Golden Rule and love and basic sanitation. Ecology and politics and equality and sane living.

Take any one of those items and extrapolate it into sophisticated adult terms and apply it to your family life or your work or government or your world and it holds true and clear and firm. Think what a better world it would be if we all - the whole world - had cookies and milk at about 3 o'clock in the afternoon and then lay down with our blankies for a nap. Or if all governments had as a basic policy to always put things back where they found them and to clean up their own mess.

And it is still true, no matter how old you are, when you go out in the world, it is best to hold hands and stick together.

[Source: "ALL I REALLY NEED TO KNOW I LEARNED IN KINDERGARTEN" by Robert Fulghum. Visit his website, here.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

• Até que nasça outro como tu

Bem… eu devo ser o último gato pingado a dizer finalmente algumas palavras sobre ele, que foi hoje a enterrar…

Ele não me dizia já grande coisa. Nem durante os seus anos de glória o disse. Eu não era da sua cor, o encarnado.

Mas ao ver o imenso carinho que por ele foi despertado hoje, no dia da sua partida, na volta a um estádio de football em que ele já não chegou a jogar… Porque o seu tempo de campeão no activo já há muito tinha findado. Carinho esse que vinha de quem nem o viu fazer um único golo!…  

Acontece que os golos dele foram daqueles em que as redes das balizas hoje ainda tremem. 

E é por isso que o veículo funerário negro em que ele era conduzido à volta do relvado ficou coberto de vermelho. De lágrimas de sangue português com que se tingiram os cachecóis emblemáticos das claques do seu clube.

Aquilo comoveu-me. Estupidamente. Incontrolavelmente.

Eu sou do clube que é o seu principal rival na cidade que ambos partilham e que é a minha, para o bem e para o mal. E uma amiga minha feicebuquiana, que é do clube da cidade rival da minha - uma rapariga que ainda mal deixou de ser teenager - tal como eu, pensou e disse naquela rede social que também se comoveu com as imagens televisivas do funeral deste homem. E que a levaram a pensar como será o dela. Que ainda virá bem longe, pela ordem natural das coisas, como se soe dizer…

Tem piada... Eu também fiquei a pensar quantas pessoas estarão no meu... E que ninguém mais em Portugal - nunca mais - terá um funeral como este, com tanta gente a bater palmas ao homem com um coração enorme que ele foi. Ao longo de todas as avenidas desta capital que o seu cortejo fúnebre atravessasse.

É que, afinal, todos nós temos inimigos. Amália e Saramago tiveram-nos. Mas Eusébio?... Quem é que é capaz de se lembrar dum inimigo daquele homem???... 

Imagino bem que os seus antigos adversários diriam com certeza que a jogar contra ele perder custava menos. Não custava nada, mesmo. Era ele. E depois ele dava-lhes uma palmadinha nos ombros, como que a pedir desculpa, pá!..

Ele tinha uma sede de vitórias tremenda. Mas ainda maior do que essa obsessão era uma outra que ele tinha: a de não magoar ninguém com a superioridade quase inata que os outros lhe apontavam. E que ele não queria alardear, nunca.

Se for possível imaginar-se um paraíso na terra, ele deve ser um país povoado só com Eusébios.

Ele não era letrado? Pouco importa. Ele aprendeu tudo o que é preciso na vida na sua meninice em Moçambique. E continuou assim pela vida fora a ser o mais inteligente dos homens.

Foi usado? Foi. Mas ele não sabia dizer que não. Quem é que o pode recriminar por só saber ser generoso?

E deixem-se de tangas, de dizerem que ele foi só um jogador de football!… Ele foi sobretudo um homem bom!!! E que merece todas as honras que se lhe sejam dedicadas. Ele merece. Ninguém merece mais do que ele. Nenhum português. Tenham lá santa paciência!...

Nenhum português se tornou mais universal do que ele. Nenhum. E se acaso acharem, ó tugas malditos, que é demais todas as honras que lhe estaremos a dar, lembrem-se…

Se em outro qualquer país desta terra ele tivesse vivido, nesse mesmo país ele seria provavelmente ainda mais acarinhado do que o foi em Portugal, ao longo de toda a sua existência e depois desta.

Ele teve e tem ainda admiradores mais fervorosos do que os seus compatriotas em toda a parte deste mundo. E isso é que faz com que eu lhe queira prestar a minha homenagem pessoal.

Descansa em paz, ó Rei! E obrigado por teres querido ser português. E pelo orgulho que nos emprestaste. Que vai durar ainda muito tempo. Até que nasça outro como tu.