quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

• La perte de l'innocence

Que ia solitária para o meio dos campos primaveris cobertos de malmequeres. E que lá ficava tardes inteiras a fazer colares com as abundantes flores. Alimentando a sua pequena vaidade própria ornamentando-se com essas cadeias florais. 

Isto ela relatou a ele sobre si mesma. E o cativou com o imaginá-la lá, sereníssima, nesses prados ao redor da sua bucólica aldeia.

Nada podia ilustrar melhor aquele que foi o melhor trunfo dela no jogo de sedução a que se entregaram. A sua inocência pura. Conservada nesse cristalino estado até às duas dúzias de rotações da nossa terra em volta do astro-rei. Cujos generosos raios eram os responsáveis pela proliferação daqueles pequenos sóis vegetais, matéria-prima das jóias que manufacturava.

A campestre solidão dela era voluntária. Porque a melancolia da alma que sempre carregou desde a nascença exigia esse retiro. Para se expressar livremente, sem censura social alheia.

De tanto mirar o horizonte ou os pássaros livres, ela começou a sentir-se confinada aos limites do espaço até onde os seus parcos passos a levavam, que ficavam bem aquém de até onde os seus tristonhos olhos negros alcançavam.

E passou a sonhar em demandar a cidade grande. Á beira da qual ele habitava. E se ela já vinha ambicionando dar esse passo grande, assim que ele e ela se cruzaram nesta vida, ele para ela foi então também como um catalizador desse desejo.

Outro objectivo ela tinha, o de cantar. Porque com uma belíssima voz os deuses a apetrecharam. E no boémio meio artístico quis se embrenhar. Para nele medrar. Mais a contento de quem a trouxe ao mundo do que a seu próprio.

Para que as gentes a ouvissem e lhe retorquissem seus devidos aplausos, ela os dotes canoros libertou. Assim como se acendesse uma vela que até aí tinha permanecido com toda a sua cera intacta.

Essa onírica vela que a sua luz interior difundiu era, metaforicamente, a sua inocência. E consumiu-se. E o oxigénio de que essa combustão carecia foi rico. 

A inocência pode ser perdida até no meio ambiente de um grupo coral de canto gregoriano. Mas foi logo a fogueira das vaidades dos egos mais sombrios daqueles que fazem da noite o seu dia que a tinha de deslumbrar. Lá onde se destila o que há de mais baixa valia na alma lusitana. As casas de fado mais escuras das ruelas mais estreitas e menos limpas desta maldita urbe, Lisboa.

Essa Lisboa que era a cidade berço dele. Cujo ar se tornou turvo. Porque a cidade e as vis gentes que esta acolhe ao luar a roubaram dele. Mas no fundo, desde o começo da história comum aos dois que ele sempre soube que ia ser assim um dia, mais tarde ou mais cedo.

Ele só não soube foi antecipar a vinda desse aziago dia. 

domingo, 18 de dezembro de 2011

• Hope anlagt af visdom*

Måske skulle jeg hellere havde været født nordiske stedet for at blive sydeuropæiske...

For jeg er forført, ikke sjældent, at livet filosofier, at nogle nordlige kloge mænd har produceret. Mest dem landsmænd af Hans Christian Andersen - som i øvrigt havde den gode smag at have levet i Sintra, min personlige Eden og fødestedet for min datter - ligesom Søren Aabye Kierkegaard.
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* Hope brought by wisdom, in danish.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

• 美好的日子*

当美好的日子即将流过,
你沉思着独自静坐;
钟声随着快乐的颂歌响起,
为了这美好的日子带来的快乐;
当太阳带着红霞西沉,
亲爱的朋友你又得奔波,
你可曾想到对于一颗疲惫的心,
这美好日子的结束会意味着什么?
啊,这是一个美好日子的终点,
也是一次旅行的终结;
但它留下了强烈的思念,
还有那亲切而真诚的祝愿。
这美好日子的回忆,
永不消褪,永远鲜艳。
们在这美好日子的终点,
看到了朋友的神圣的心田。
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* "A Perfect Day", by Julie, nickname of the alleged author of this marvelous text, a beautiful lady from Guangzhou, China. The english translation of the text can be read by clicking here. But if you want, you can ask me it, by email message.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

• Ego te requiro*

Quando há um pobre coração que sabe que,
a bem daquele(a) que ama,
tem que se quedar em silêncio,
evitando bater mais forte,
mas que sofre de contínuos impulsos contrários,
que padece da ânsia de querer gritar,
ou ao menos sussurrar, a toda a hora,
um "sinto a tua falta"… 
...e ainda assim resiste à dor dessa perda,
calado…

…dizei-me, ó gentes: haverá morada mais certa 
para o verdadeiro amor do que este coração?

E será este capaz de amar alguma vez mais, de novo?
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* Sinto a tua falta, em latim.

sábado, 3 de dezembro de 2011

• Sorry, but nope... I can't do it!...

There has been more than one person shouting at me sentences like:

"Stop acting as a child!"
"Try and grow up!"

…and I feel unable to follow their advices! Mostly because when I have received these messages, the senders seemed to me more childish even than I was at the moment. And also because I am an eternal child. I hope I won't cease to be one. I don't want it. 

Children teach me a lot more than adults will ever do. My most valuable master has been, ever since she was born… my lovely daughter. The greatest blessing the gods have put in my existence.

With no one else but her I can better corroborate the words of wisdom spoken by this bon-vivant of Oscar Wilde, shown at the top of this puerile piece of text.

domingo, 27 de novembro de 2011

• An essay on self-knowledge

I'm a lonesome wolf. And I'm tired of being lonesome for more than a year, now. But I'm not willing to cease to be lonesome by all means. In any way. It has to be with the best there is. In this whole world.

This is what I think of myself when I feel that I'm still a young guy, in my early fifties…

Other times, I feel I am just a Don Quixote. More pathetic even than the original one. Because my main goal is not the noble principle of the knights of the round table. To fight all evils of our modern times. It's more to find my Dulcinea... 

I had one. About ten years ago, she conquered my heart by telling that she, as a child, used to walk alone into the heart of mother nature, in the form of spring fields full of daisies. And made necklaces with these flowers, to adorn herself with those. As if she was a young fairy, with a shy little vanity in her own.

But I lost her. Most certain, irreversibly. With her, I lost as well my shield against the ugliness of today's world. So, I'm again in my perhaps foolish quest journey to find another one.

I have stepped into the discovery of the words of this new Dulcinea, a few days ago. Her perfect siren song captivated me… Here's how her lovely soul sounds:

"I love the sunrise and sunset. I see things you don’t. 
I love thunderstorms, and listening to puppies slurp up water. 
I love cherry lifesavers and french fries. I giggle a lot. 
Dogs chasing butterflies make me smile. 
Black and white pictures make me relax. 
Cooking gives me pleasure. I can't live without pasta. 
My favorite day of the year is when I can finally pick 
and eat ripe blackberries off the bush. 
I hate saying goodbye. And yes... my eyes will water. 
Just be real and loving."

My last Dulcinea left me and she sees me as an old man now. My self pride, naturally, forces me to try to deny her opinion. But if she is right, after all?… 

I'm not mentally ready to settle down. I deeply feel I'm still young. Even younger in mind, after we have split in two the path of our lives.

But that's me. I'm a dreamer. And I don't have anyone to help me put my feet back on the ground. Not even my personal Sancho Panza.

Eventually, I am the most lonesome wolf in this whole world!...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

• Non siamo soli*

Numa das planícies desertas do Novo México foi um dia construído um conjunto de 27 antenas de rádio parabólicas, dispostas no terreno em forma de Y, a que os seus insignes responsáveis chamaram VLA, Very Large Array. Cujo fim principal é o de perscutar e interpretar eventuais sinais radiológicos emitidos por seres ou formas de vida inteligentes extraterrestres. De modo a angariar provas científicas da sua existência.

Uma mui nobre missão e objectivo!…

Eu tenho outros objectivos mais modestos: procurar formas de vida inteligentes aqui na Terra mesmo. E, surpreendentemente, não me tenho dado nada mal…

Não tenho antenas parabólicas às dúzias, mas com um MacBook, ligação à net de dois ou três ISP's ao meu livre arbítrio, diversos browsers instalados e contas em múltiplos sites de redes sociais - e já agora, também estes meus blogs - têm permitido que cheguem até mim alguns seres humanos extraordinários. De todas as partes do globo terrestre. Fantástico…

Para quem levou um rude golpe a relembrar o que Einstein teorizou sobre a estupidez humana… Parece que as divindades lá vão velando para que eu não esmoreça de todo na minha fé nos meus semelhantes alegadamente racionais.

Talvez eu seja demasiado exigente. Ou cuidasse que encontrar os meus pares, aqueles com quem o convívio são, prazeiroso e estimulante fosse possível, fosse tarefa árdua. Do tipo da agulha no palheiro. O meu facebook têm-me, no entanto, surpreendido pela positiva diariamente.

Um dia destes, esta paródia de ser um candidato a presidente das Nações Unidas ainda se torna uma realidade à escala global. Tenho de me pôr a pau… Ou então começar a fazer o meu marketing social mesmo a sério. E ver no que isto vai dar.
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* Alusão a nonsiamosoli.com, um interessante portal internet de informação sobre ovnilogia e de um grupo de estudos internacional da mesma cativante temática.

Para escutar a banda sonora original (ost) deste post, clicar aqui. Um videoclip de um dueto em que a voz feminina é da filha caçula de uma das minhas mais queridas amigas do face... Se quiserem adivinhar qual, é só irem bisbilhotar lá, que eu deixo e até gosto. E já agora, comentai também nos meus blogs, ó gentes!…

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

• Amar es...

Y así lo digo a todos los que pueden estar escuchando a mí: hay que tenerlos en su sitio para amar.

Y sería muy conveniente que el coraje que se requiere fue muy bien repartido entre los dos que se están amando.

El amor es como una droga pesada. Nos volvemos adictos con bastante facilidad y sin tener plena conciencia de la evolución de ese proceso. Porque confiamos en que no nos hará daño, como lo puede hacer a los demás.

Pero todos sabemos muy bien cómo estas historias suelen terminar a menudo, verdad?...
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Para escuchar la banda sonora original (BSO) para este puesto, hacer clic aquí.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

• Perdi-Te

Tu, primeiro, foste para mim uma dádiva. Uma inesperada dádiva, que me caiu no colo, sem eu bem saber ler nem escrever… Sublime oferenda foste, também.

E continuaste sendo uma dádiva, até ao nosso último dia. Um pouco menos abnegada e generosa, mas sempre um presente dos deuses. Ainda que eu nem sempre te tivesse merecido.

No fim foste uma lição. A mais dura lição que nesta existência já levei. E não imagino que outra ainda mais dolorosa possa alguma vez mais vir a sofrer no espírito ou até na carne.

Não mais vou conseguir confiar na humanidade depois de ti. Mas não te recriminarei por tal. E até te serei grato.

Eu para ti uma dádiva fui também, sinto-o. Não tão grande quanto a tua o foi a mim. Não tão grande quanto o que cuidarias merecer. Não tão grande quanto o que de mim esperarias. E assim, de outras dádivas maiores foste em demanda. E as obtiveste.

Mas além da parca dádiva, também em curva descendente na escala do tempo escoado juntos, uma lição constitui para ti, desde o nosso debute. Talvez com a dureza doseada ao longo dos anos e não concentrada só no final. Mas não menos dura, concerteza.

Uma lição da qual não crês necessitar mais. Mas que, a meu ver, não se esgotou*. Só que nunca estiveste preparada para bem absorver qualquer ensinamento meu. E cada vez menos estás agora.

Há uma letra de um fado canção que reza assim:

Tu deixaste de ser minha
Não deixei de ser quem era
Por morrer uma andorinha
Não acaba a primavera

Em mim tais verdades não se reflectem. Eu deixei de ser quem era, depois que me deixaste. Era forçoso, com a lição assimilada. Sou porventura até um ser humano melhor. Mas a um preço muito alto. E enquanto a minha primavera está a findar, a tua apenas começou.

Queria preservar uma pérola do que de nós restou. Uma amizade contra tudo e contra todos. Mas confesso que não sei como ser teu amigo. Porque tantas vezes, sem o saberes conscientemente, julgo eu, persistes sendo dura e ofendendo-me. E eu não to digo. Porque não posso dizer-to. E tu és inimputável e estás frágil.

Talvez ser o melhor amigo para ti seja deixar-te viver livre de mim. Para outras lições diversas vires a receber, de tua livre vontade. Como eu sei bem que é com o que sonhas agora. E como tal, vou desaparecer no mapa.
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* E nem a dávida minha para ti está esgotada, tampoco.

Para escutar a banda sonora original (ost) deste post, clicar aqui

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

• Love animal

Há actores que são animais de palco. Existem aqueles grandes animadores, extrovertidos naturais, a que vulgarmente chamamos de "party animals". Tivémos nesta terra um ou outro líder que nos governou que ficou com fama de animal político.

Eu creio ser aquilo que designarei de "Love animal"

Vivo a pensar em mais nada que no Amor. Nesta época atribulada em que coexistimos neste planeta, com a economia global em estado efeverscente, o que não pode deixar de contaminar a política mundial, resolvi divorciar-me da realidade que nos afecta a todos para me isolar no que me é quiçá tão essencial como o ar que respiro. Porque me sinto sufocar sem ter alguém do meu lado a quem amar.

"Sometimes, all I need is the air that I breathe and to love you". Quando eu era adolescente não me cansava de escutar esta canção dos Hollies, que para a minha alma funcionava como um hino. E hoje entendo-a tão bem na carne!…

Um exemplo eloquente do que digo ocorreu-me há dois dias. 

Viajava eu numa estrada, ao lusco-fusco. Ao longe vislumbrando na linha do horizonte as luzes da cidade grande da qual vinha em rota de aproximação. Cada uma daquelas milhentas luzes representando um lar. E em muitos desses lares, tantos me ditava a imaginação, se recolhia àquela hora uma alma solitária. Como eu. Para se proteger do frio da noite que caía, debaixo dum tecto e entre quatro paredes. Que ao menos isso possuia.

Já não teria, mais uma vez como eu, é a quem se encostar, para o seu corpo, bem como a alma, sentirem um pouco mais de calor reconfortante. E em leitos tantos se deitam sós demasiados corpos sedentos de algo que eu tenho dentro acumulado, desde que partilho esta condição de solitário com cada vez mais seres. Tanto calor humano de que disponho represado, para um dia desaguar em alguém… 

Bastas vezes são esses ditos corpos e as almas suas inquilinas detentores de beleza tal que os deveria proporcionar o mérito de serem não esquecidos sós e antes bem adorados. Julga assim a minha ínvia e fraca carne… a minha máscula sede, que poderia ser tão bendita a todas essas flores carentes de serem depositadas nessa estufa que um abraço aconchegado produz.

Por me assaltarem pensamentos tais é que me acho merecedor do rótulo de "Love animal". Haverá por aí tantos outros homens tão exclusivamente focados como eu no Amor?...

E além de não me distrair com mais nada a não ser com o querer dedicar a minha existência a amar - assim me habituaram nove anos junto com uma grande mulher, carente de receber abraços e de distribuir beijinhos a todos os que ama -, eu sou um bom ente calorífero, caramba!…

Antes de ser hoje desprezado, o meu ego era fartamente alimentado no seu orgulho com o epíteto de "vulcãozinho"!… Mas bolas!, até parece que quando findamos de constituir o "mais-que-tudo" de um só ser, é uma cidade inteira, todo um povo para quem já quedamos de ter valia. E então só nos apraz buscar quem nos volte a considerar dignos junto de forasteiros. 

Um dia encontrei na net um texto simples mas inspirador. Com o título "Necessito". Que pode ser lido integralmente clicando aqui. E do qual vou a seguir abaixo citar um excerto:

Necessito de um anjo...
Necessito de um namorado...
Necessito de um marido...
Necessito de um amante...
Não quero um amigo apenas;
Não quero apenas um anjo;
Não quero um amante e um marido;
Mas quero uma só pessoa que seja um amigo;
Anjo;
Amante e marido...

Creio reunidas em mim estas quatro qualidades. Em disponíveis quantidades generosas. E há toda uma procura vastíssima por aí, neste mundo imundo todo. Um imenso mercado à escala global, ávido do bem que detenho em largo stock

Breve vou enlouquecer se não houver aquela sobre quem escoar o Amor em conserva nas cavidades das minhas palpitantes aurículas e ventrículos! E no mais recôndito armazém de minha alma.

Em desespero de causa, já prescinderei de que os deuses me enviem um anjo. Um demónio servirá. Não tem de ser minha amiga. Até pode ser quem só me queira usar. Já não espero que me apareça a minha nova esposa. Talvez esta nunca mais venha até ao fim dos meus dias. Quiçá só venha a ter - e mesmo isso seria muita sorte - apenas alguns one night stands.

O que eu não posso deixar de rogar aos deuses é que estes ao menos me façam a oferenda de uma amante. 

E que esta seja como Afrodite. E que ela me puxe até eu me alcandorar até à sua mesma condição de ente divino.
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terça-feira, 25 de outubro de 2011

• Non saperó più vivere da solo?


O invece io non lo voglio… Devo essere viziato da nove anni di vita in coppia. Perché io sono oggi disperato per lasciare il mio status di solitudine.

Sto cercando di alta e bassa, destra e sinistra, per la mia nuova partenaire in questa vita. Mi sono iscritto in diversi siti di incontri, dove le persone che hanno la stessa voglia come me sono a migliaia. 

Non essendo abbastanza sicuro perché, tendo a preferire di incontrare donne straniere. Forse perché... Devo condividere una sensazione simile a quella espressa da Lupicínio Rodrigues, poeta popolare brasiliano, nel suo testo di una vecchia canzone di Caetano Veloso, "Felicidade". Che va in questo modo:

Felicidade foi embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora

Ho il sospetto che sia una questione di mente aperte che sono trovati più spesso da me a persone con le quali si deve essere più riflessivo nella comunicazione, a causa delle shock culturale che può essere sollevati. Questa atteggio attenzione generalmente non abbiamo con i nostri connazionali.

Per quanto riguarda falsità, si deve essere non ingenuo. Falsità è ovunque. Cominciando dal nostro possiede coscienze. Ognuno può essere ed è davvero falso, a volte…

Ma ora veniamo a questa cosa di me restare da solo...  Maledetta fortuna questa mia! Porca miseria!! Sono un uomo buono, dannazione! Dovrei essere nel più profondi sogni di ogni donne che desiderano essere in un impegno. Davvero! E invece sono qui, sprecato...

Quando? Quando avverrà questa rana da essere finalmente trovata per la sua principessa? Quanto tempo ancora dovrei aspettare?

domingo, 9 de outubro de 2011

• Так сладко "доброе утро"...

Кто-то послал мне этот мультфильм.

Это не одна из тех марках, которые блоггеры использовать для переключения между ними. Просто добрый путь, чтобы сказать "я люблю тебя".

Один из них удивительные вещи об интернет показано здесь. Это заставляет людей, которые могут так далеко друг от друга, чувствовать, что они очень близки. Большие расстояния не имеют значения. Ни какие-либо небольшие шансы пара человеческих существ быть вместе один день.

Имея это случилось со мной, он привел меня, чтобы эти мысли, что я буду подвергать дальше. Мысли не так добр. Можно найти их даже неприятно.

Я родился в маленькой стране. Страна, которая когда-то в истории был большой. Мои сограждане, в основном те, в моем родном городе, которые также родились здесь и здесь остался, живущий своей жизнью похожи: мал. У них есть негативные мысли. Они любят грустные песни. Они не знают, как строить планы на будущее.

Существуют некоторые ограничения для меня здесь. Я должен найти моих сверстников, тех, с кем я добираюсь, чтобы чувствовать себя ближе, на больших баз данных: весь мир. Вот где я принадлежу.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

• Nothing... but freedom

É preciso ter muito cuidado com o que se deseja... porque os nossos desejos mais profundos podem vir a tornar-se realidade. Quando menos esperamos. E talvez quando tenhamos deixado de desejá-los...

É o problema dos desejos. Têm uma exequibilidade que não é quase nunca num prazo imediato ou mesmo curto.

Eu insensatamente desejei a minha liberdade.

Em nome de me sentir livre, cometi erros. Graves. Feios. Imorais. Canalhas. Inconfessáveis. E quiçá quase imperdoáveis. E por isso fui deixado. E assim estou agora livre. Tal como cheguei a desejar-me.

Tenho procurado gerir a minha liberdade imposta. Que já não era tão desejada nestes últimos tempos, afinal.

Hoje, por exemplo. Tive a sensação de ser o homem mais livre desta nação á beira-mar plantada. Quiçá de todo o mundo ocidental e dito civilizado. Onde momentos de liberdade absoluta não nos são assim em tantas ocasiões propícios.

Estou em gozo de férias. As primeiras depois de muitos anos que gozo só. Sem mudar de ares. Sem aqueles luxos que o dinheiro pode pagar. Simples. Apenas e só dolce fare niente.

Hoje cumpri uma mini-travessia do deserto. Simbólica. Em solitário. Marchei como um soldado de infantaria através de terras arenosas. Umas milhas ouvindo o mar que se sentia bem perto mas camuflado atrás dum pinhal. Outras bem ao lado dele e do espectáculo duma sua bravura selvagem mas contida pela brandura deste estio a expirar.

À medida que caminhava, pensava como o pobre do comum dos mortais, cheio de compromissos profissionais, que o obrigam a ficar fechado dentro de um edifício, me poderia invejar. A mim, que durante umas maravilhosas horas estive sem amarras a me prenderem a nada ou a ninguém, a usufruir dum explêndido dia de sol, céu limpo e natureza belíssima, ali, tudo só p'ra mim.

A meta desta minha marcha era o retorno à civilização. Num recanto de praia que serve a um resort turístico que se apresentou aos meus olhos - que o não viam p'rái há uma meia dúzia de anos e onde então fui muito feliz, em boa companhia - magnífico. 

Omito propositadamente onde é esse deserto e esse resort. Mas concedo que não é muito longe da nossa capital, em direcção ao sul. E nem poderia ser. Porque sou livre mas não posso ir longe.

Já antes deste dia ando a desejar deixar de ser livre. E como agora já fiquei de liberdade saciadinho.... queria ardentemente voltar a ser um homem comprometido. E sobretudo amado.

Não sou homem de fé. Mas roguei áquele anjo que se demitiu de me amar, quando nesse altar do mundo que é Fátima se encontrava, para pedir à santa que olhasse por mim e me enviasse outro anjo igual. O pedido foi assim feito, afiançou-me...

Pelo meu lado, busco manter uma moral elevada, com as seguintes estrofes que sempre pairam no meu espírito, nestas últimas luas:

Sou talvez a visão que alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca, poetisa de Vila Viçosa

sábado, 17 de setembro de 2011

• Nothing

Mesmo no final do romance "Os Maias", de Eça de Queirós, João da Ega, alter-ego do autor, diz esta frase para Carlos Eduardo da Maia, do qual era sua sombra inseparável:
"Falhámos a vida, menino!..."
Eu bem quis, depois da leitura desta obra que me marcou, sempre procurar evitar ter de dizer o mesmo para mim próprio. Mas não o consegui. E admito-o, finalmente. Falhei a minha vida.

Dei cabo dela e arrastei comigo para uma vida sem rumo outro ser que me fez companhia de jornada. Desde pouco depois do 11 de Setembro de 2001... até ao dia seguinte ao meu último aniversário. Que é a 29 de Outubro. Quando cumpri meio século de existência neste mundo dos mortais.
Foi mais ou menos há um ano atrás, também neste mês aziago de Setembro, que descobri que esse ser tinha começado a sonhar o seu futuro sem mim. E já o vinha fazendo desde há dois a três anos a essa parte...
O céu então caiu-me em cima da cabeça. E o castelo de cartas que a minha vida era - e continua a ser - desmoronou-se, que nem as Twin Towers do World Trade Center de New York... E tal como o mundo mudou nesse Setembro de 2001, eu também mudei nesse verão índio de 2010. Prenúncio do outono da minha vida.
Desde há um ano, no término das minhas últimas e felizes férias, tenho este fado que mais se assemelha a um fardo. Que hei-de carregar até ao fim dos meus dias. Que me faz andar em permanência a questionar-me...
Como foi possível eu ter sido tão canalha com um anjo que os deuses me ofertaram?
Como foi possível eu ter feito esse anjo caridoso virar um aparente monstro p'ra mim, mesmo não sabendo da canalhice do meu lado?
Como foi possível eu ter sido tão estupido e cego?
Como foi possível eu não ter querido ler os sinais que estiveram sempre diante dos meus olhos?
Como é possível eu ter raiva apenas de mim?
Como é possível eu continuar a gostar desse anjo?
Como é possível também, que esse anjo não me seja hostil?
Como é possível, apesar de tudo, não poder haver mais esperança?
Como é possível que palavras algumas não possam já ser trocadas entre nós, sem que estas nos magoem, mesmo que de afecto e carinho se tratem?
Porque tenho eu de arrancar o coração fora do peito?
A esta última questão, acho que vou sabendo ter resposta. É para eu não enlouquecer de dor... já que de arrependimento, nada há a fazer.
E de agora em diante viver o vazio. O nada.
A nossa interacção nesta terra, digo a minha com esse anjo, começou e terminou da mesma maneira: por sms...
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Para escutar a banda sonora original (ost) deste post, clicar aqui. Esta melodia não me saiu da mente esta semana toda que findou...

domingo, 4 de setembro de 2011

• Erotica, my personal version

Ora então, segundo reza a lenda, os humanos teriam originalmente quatro braços, quatro pernas e uma cabeça com dois rostos...

Isso teria preocupado Zeus, o deus supremo da antiguidade grega. Que receou o poder que os humanos assim deteriam. E fez-nos então um downsizing para o formato que temos agora. E com isso nos terá condenado a eternamente nos vermos forçados a andar em demanda da nossa outra metade... Boa!...

Este facto pode bem explicar porque nós, humanos, gostamos tanto de estar abraçados. Daquilo a que a uma caríssima alma amiga minha vi um dia designar por "carinho silencioso". Num lãnguido abraço demorado, um casal de humanos mortais numa rede deitado, numa tarde de estio ociosa, para compor um cenário imaginário, pode vivenciar a ilusão da reunificação das duas metades da laranja.

Este fait-divers da mitologia grega só por nos recordar isto já é delicioso! Mas não vou ficar satisfeito em quedar-me por aqui, que esta historinha é um mote demasiado rico para ser desperdiçado...

E agora, a partir desta base lendária, do acervo da nossa consolidada cultura universal, vou divagar. Deixar dar livre curso a esta minha inquieta imaginação. É que, para além desta forma de nos explicar porque temos esta pulsão de querer dar amor e carinho a um outro ser em que conseguimos antever uma metade separada de nós no passado, posso tentar encontrar algo mais, que também nos explique o que é o... huuummm!... sexo. Pronto, já disse a palavra que tornará doravante este post interdito a menores de idade.

A perfeição absoluta nunca existiu, nem mesmo no Olimpo. Se até o grande Zeus teve de corrigir uma vez a mão, neste particular da engenharia biológica do homem, então podemos admitir que houve mais detalhes que lhe escaparam nesta sua criativa obra.

Vamos presumir que a clivagem do homem original - com quatro braços, etc., - não foi 100% equitativa, de forma a produzir a partir de um só dois seres iguailinhos.

Pois é! Admitamos lá que quando se deu a tal cissão, houve um pedaço de massa corporal que se quedou agarrado a mais de um lado, como uma parte estranha a este; e a menos do outro, claro, onde restou uma cavidade cujo vazio clama por ser preenchido.

Para além ainda do plano físico, características psíquicas que conviviam no homem original numa perfeita harmonia yin-yang foram de igual modo mal repartidas. 

Dois exemplos úteis que se pode dar de algumas dessas parcelas do carácter são a sensibilidade e a rusticidade. Opostas entre si, que ficaram em maior grau, respectivamente a primeira naquele ser dividido a que se passou a designar por MULHER e a segunda no HOMEM, tout court este último assim chamado, por facilitismo de linguagem, já que o original ser também já era assim.

Aqui chegados, vamos agora concretizar um pouco mais: aquela dita massa corporal que ficou a crédito do lado masculino, para dar os nomes aos bois, é o que os actuais experts em anatomia baptizaram por PÉNIS. E o déficit material da outra metade, a feminina, convencionaram ser a VAGINA.

Atrás se disse, lembre-se, que a sensibilidade pareceu ter ficado quase toda dum lado só. No caso, a metade feminina. 

Isto é, em boa verdade, fácilmente demonstrável. Qualquer pessoa tem entranhada empiricamente a impressão que zonas sensíveis, ditas por vezes como erógenas, no corpo da Mulher estão espalhadas por todo e cada centímetro quadrado de pele. Já no Homem essas mesmas zonas erógenas estão todas concentradas aonde?... Pois! Exactamente aí onde está a pensar, caro leitor.

Nada disto é afinal surpreendente. E porquê?... Ora, justamente porque aquele pedaço que o pénis é era suposto não ter sido - nabice! - atabalhoadamente rasgado da metade corpo da Mulher. Isto é, se tudo corresse sempre bem nas bricolages dos trapalhões deuses gregos...

Mas bem, graças a Deus* que aconteceu deste modo. Há males que vêm por bem. Porque assim, para além de estarmos condenados ad eternum a procurar a nossa cara metade, quando a encontramos actua então em nós um instinto enraizado que nos impele, mais tarde ou mais cedo, a ter sexo com ela.

Já tantas vezes pensei com os meus botões da braguilha... que estranha actividade é esta do sexo! Se eu fosse um extraterrestre, não perceberia nem como esta terá surgido um dia, inventada a partir do quê, nem porque esta também parece ser tão prazeirosa para o comum dos mortais. E até de alguns dos deuses...

À luz do que aqui filosofei e romanciei, finalmente hoje entendo o que é afinal o sexo. Não é mais do que dois humanos a dedicarem-se a anular a obra de Zeus. Para dois voltarem a ser um só. E para ambiciosamente recuperar o alegado poder perdido. Daí o frenesim e o gozo com que muitos praticam o sexo.

Caberá aqui quiçá relatar agora um episódio engraçado que ocorreu com um amigo meu, de sua graça Carlinho. 

Andave o pobre Carlinho de candeias às avessas com a sua Jaciara, já por um longo período, quando a ocasião se proporcionou que os dois resolvessem pôr a conversa em dia e em pratos limpos. 

E por de pratos se tratar, Carlinho e Jaciara, no meio de acesa discussão, deram aquela abracinho bem hardcore, com ela sentada justo em cima da banca de pedra da pia da cozinha da casa dela. Consta que suaram bastante ambos...

Acto contínuo, Carlinho uma hora depois estava a passear-se pelas ruas da sua cidade com aquele sorrisinho besta que todos conhecemos a bailar-lhe no rosto. E para o justificar perante os amigos seus que o viram e sabiam de sua desventura e tentativa de reconciliação com Jaciara, exclamou esta frase sublime:

"Rapaiz, entrou até o pensamento!!!..." **

Fusão de dois seres que se amam mais perfeita que esta não pode haver, a meu ver!...

Maravilhosa, a nossa natureza humana. Que dotou o Homem dum lindo apêndice que lhe não pertence de pleno direito e do qual é tão-só fiel depositário. E que quando este encontra a legítima dona*** desse pedaço antes dela, o pénis se metamorfiza em espada de carne, então abundantemente irrigado de sangue. Bombado por um coração mais irrequieto, porque em presença finalmente da outra metade de si, prestes a reunificarem-se as duas.

É tão sublime também antes dos dois corpos se colarem e encaixarem, ou seja, antes do chamado coito, a veneração que ambas as partes envolvidas na refrega fazem primeiro do pedaço do outro corpo a ser-lhes entregue depois. Fase que se designa como os preliminares. Onde para além dessa adoração de zonas de lazer restritas, os nossos cinco sentidos se exercitam em manobras militares invadindo o território alheio todo, ávidos duma conquista rápida como as dos desenfreados cavaleiros hunos comandados por esse bárbaro do Átila.

Ao que se segue o tal de coito, ou como uns dizem, a penetração. Onde para se ser venturoso, não só o pénis deve adentrar como também a vagina abocanhar. E o pensamento dos dois combatentes ser uno mas ao mesmo tempo incontrolável, balanceando de lá p'ra cá e vice-versa, os dois conjuntos de neurónios em ebulição ligados em rede por essas ficha e tomada que o pénis e a vagina constituem.

E depois da tempestade, a calmaria.  Algo mais elevado do que o sexo. Descrito aqui.

Obrigadinha, Zeus. Bem hajas pelo que nos fizeste. És um bacano. Tu também, segundo me consta, gostas pouco, gostas...
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* Qual, perguntar-me-ão?... O da vossa livre escolha. Ponham a vossa humana imaginação prodigiosa p'ra trabalhar também, seus calões!...

** Não cuidem porém que Carlinho é de se vangloriar da sua masculinidade, não. É até um doce de mocinho. E tinha por circunstãncia atenuante um estado depressivo em que o anterior desamor de sua Jaciara o tinha mergulhado.

*** Em italiano, o substantivo Mulher diz-se, nem por acaso, Donna. Mais um facto para corroborar as minhas tontas teorias.