quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

• Sem fazer planos do que virá depois


É provável que seja assim todos os anos. De repente, assim do nada surge-nos uma canção que sentimos que vai ser eterna.

Esta de que falo, entre todas as que foram criadas neste mundo todo, neste ano que finda, foi escrita na minha língua materna. Desta vez foi por aqui perto.

Há várias e variadas razões pelas quais esta canção me toca bem lá nas profundezas. Talvez uma das principais seja que…

Tudo o que eu escrevi neste blog nestes dois últimos anos podia ser integralmente apagado e substituído apenas pela curta letra de “Amar pelos dois”, nascida da alma doce de uma senhora que se chama Luísa Sobral.

Vou repetir-me uma vez mais. Mas não me farto de dizer que julgo particularmente que as palavras abaixo espelham o que eu sinto e vivo de uma forma tão accurate

“Antes de ti só existi,
cansado e sem nada para dar.”

Expressei quase a mesma coisa, com alguma comicidade na altura, neste post, aqui.

É fantástico como a Luísa soube poetizar sobre o que é amar de um modo tão próximo do meu. E de tantas outras almas.

Ela poderia juntar a responsabilidade da interpretação à parte da sua composição, que o fez em solitário. Mas por uma qualquer razão que não saberemos ainda, resolveu engajar o seu irmão nessa tarefa. E passámos todos a conhecê-lo também. 

Descobrimos no Salvador outro anjo tal como a irmã, que já tinha a sua fama pública algo consolidada. E que este anjo tinha um calcanhar de Aquiles. O que não o impediu de pairar com a sua voz e personalidade um pouco acima de todos nós, simples mortais.

O Salvador tem um comportamento e postura perante a existência que devia ensinar-nos algo a todos nós. Ao menos a mim inspira-me, isto se não fizer o mesmo a mais ninguém.

A sua voz e entoação dispensaram a compreensão da letra da canção a quem não entendia as suas palavras pronunciadas nessa língua desconhecida, o meu português materno.

E é verdade que o arranjo musical criado por um senhor chamado Luís Figueiredo também ajudou bastante à festa. Daí à volta do mundo todo terem sido feitas tantas covers instrumentais deste tema. Uma dessas versões que mais me é significativa é a de uma banda de metais da Estónia, esse pequeno e distante país.

Senhoras e senhores, eis os Brassical, que podem ser escutados clicando aqui.

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