terça-feira, 11 de janeiro de 2011

• Passion, sweet passion...

...you are my home.

Ando em demanda de quem por mim se apaixone. . Digo-o assim, porque eu não sei se eu quero ou sequer posso, em reciprocidade, me apaixonar por alguém.

Mas todavia anseio que alguém se perca de paixões por mim. Mais uma vez, venho incomodar os deuses com o pedido desta graça. Porque eu creio merecê-la! Porque há quem me veja ainda como um homem bom e um ser lindo. Isto dito até por quem se demitiu de me dar o seu amor... e com quem eu me comportei amiúde como um monstro.

O caminho que os deuses me mostram para tomar nestes dias de cinzenta e basta humidade é o que me vai tornar num eremita. Mas eu não vou fazer essa escolha! Sou bom demais para ser um eremita! Sou novo demais para quedar-me só. Sou grande demais no Amor para não ser nunca mais benefício para quem neste mundo de amor careça. E se há por aí tanta alma que o pede, e com fervor...

Eu quero simplesmente colo. Mimo. Carinhos. Abraços. Calor humano. Não é outro alguém em si que eu desejo.

Tenho em stock a mesma mercadoria sentimental para trocar com quer quiser fazer negócio comigo. E estou vendedor e comprador ao mesmo tempo desses bens.

Mas talvez seja meu dever previamente informar de algumas advertências a quem venha a ter a desdita de amar este Scorpio, pelo que ele tem de intrinsecamente sublime do seu signo astral. E que é:
  • Não me peçam, quando cansadas ou nem tanto, para vos descalçar e despir, para em seguida vos ajudar a enfiar o vosso pijaminha sexy. Sobretudo se este até nem for tão sexy como isso... e até esteja um pouco esgaçado, caras donzelas.
  • Não me peçam para vos fazer uma massagem nos vossos dorsos doridos mas esbeltos ou nos vossos cansados mas belos pézinhos.
  • Não me peçam para pousar as vossas cabecitas douradas ou negras no meu peito lusitano, afim de darem largas a algum pranto incontido que este mundo vos tenha causado.
  • Não me peçam para nesse desiderato as abraçar, afim de receberem o calor do vulcão que em mim está adormecido mas sempre lesto a tornar-se activo.
  • Não me peçam para cozinhar aquela pasta al suco di pesto a la genovese ou o spaghetti a la putanesca para saciar o vosso transitório apetite gourmet.
  • Não me peçam para ser vossa companhia e cúmplice em missões mais espinhosas ou dolorosas mas urgentes e que a vida vos impõe como necessárias. Ou inclusivé nas vossas actividades de puro lazer.
  • Não me desassosseguem sussurando com as vossas doces vozitas um "vem cá ver uma coisa", dos confins da caliente alcova onde se encontrem, dando repouso à vossa alma languidamente.
  • Não me façam festas no rosto e nos cabelos quando me virem entristecido. Deixem que me feche na minha concha quando estiver mais in the blues. Não lutem por mim.
  • Não corram para os meus braços ao me verem assomar ao vosso encontro por la calle, em encontros previamente anunciados.
  • Não me dêem a vossa aveludada pele toda aos meus ávidos lábios de vos oscular e às mãos minhas sequiosas de vos afagar.
  • Não me tratem pelo diminuitivo do meu primeiro nome próprio verdadeiro. Ou ainda, não customizem ainda mais esse diminuitivo roubando-lhe sílabas, como se de prefixos inócuos se tratassem.
  • Não riam a bandeiras despregadas dos meus toques de telemóvel inusitados.
  • Nunca queiram ser a parte primeira a desejar acender o cachimbo da paz, após os costumeiros arrufos que certamente também teremos.
  • E por fim, não se dediquem de corpo e alma completamente a mim.
Isto porque... se o fizerem... tal poderá ter um sabor agridoce para mim. Far-me-á, à vez, bem e mal. Provocar-me-á alegrias exteriores e interiores prantos. Se é que me faço entender...

Eu quero e não quero o que enumerei. Quero porque necessito de amar e ser amado. Não quero porque não imagino mulher alguma neste mundo que possa ser como aquela oferenda dos deuses que eu menosprezei e me demiti de lutar pelo seu amor quando era mister fazê-lo e com urgência.

E há ainda uma razão de fundo para não fazerem nada do que foi referido atrás. Uma razão talvez canalha. Porque eu assim sou-o. Porque o Amor assim o é também, bastas vezes...

É que... se o não fizerem nunca... eu... em desespero de causa... sou capaz de pagar-vos para que o façam mesmo!!!...

8 comentários:

A Silenciosa disse...

Há um ditado antigo que diz algo do género.....

Não peças, o teu castigo é que podes receber!!!!!!

Um Beijo, meu

Cool Mum disse...

Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra e outra vez e todas as vezes que o Amor nos chama, fingindo-lhe alguma resistência, mas sabendo que é sempre impossível recusá-lo!

Giuseppe Pietrini disse...

Silenciosa, eu justamente não pedi o meu actual castigo...
Beijim pa'ti tb!...

Giuseppe Pietrini disse...

Balada, falas de coragem com muita pertinência. Porque esta é tremendamente precisa para Amar. Porque sabemos tu e eu que quando nos damos ao Amor, temos duas certezas infalíveis: vamos colher prazer mas também vai-nos ser distribuida dor.

Aflorou-me a ideia de alguns de nós que erramos neste mundo como tu, eu e a Silenciosa, nós que somos "special ones in what Love is concerned", fundarmos uma Confraria do Verdadeiro Amor. Ou a Liga dos Amantes Extraordinários. Que te parece esta iniciativa?

Beijim

S* disse...

É isso que falta... amor, carinho, mimo... de coisas más está o mundo cheio.

CoisasDaGaja disse...

Gostei da imagem do post, gostei do post. A reter: " porque eu não sei se eu quero ou sequer posso, em reciprocidade, me apaixonar por alguém". E eu penso que sem dar não devemos/podemos/merecemos receber.

Gostei do aviso à navegação: "Este não é mais um blog de uma candidatura fantoche às eleições próximas para a Presidência da República, em Janeiro de 2011. Este é agora um blog de afirmação pessoal" e por isso acho que devia trabalhar um pouco mais a imagem do blog.

p.s. Indestrutível e não indestructível como escreveu.

Um abraço

Giuseppe Pietrini disse...

S*, então sendo assim, não é tão mau o que os teus vizinhos fazem... certo?

Giuseppe Pietrini disse...

"Coisas da Gaja", gostei de que tenhas gostado...

E tens razão, eu não mereço o que peço. Mas na minha vida, tem sido sempre assim e tenho recebido muitos bens sem talvez os dever merecer.

Talvez trabalhe a imagem do blog, como sugeres... e agradeço a sugestão, como devo fazê-lo sempre que alguém se dá ao trabalho de mas darem. Mas é provável que não mude de modo a ficar semelhante ao layout do teu blog, que julgo de difícil leitura e algo desarrumado. Apesar disso, o teu tem mais sucesso. Parabéns.

Gosto de ti.

Beijim
Giuseppe