sexta-feira, 26 de julho de 2013

• Avis

Em Avis avista-se terra a perder de vista.

Ontem enchi os meus olhos com a mesma vista com que o Mestre de Avis cresceu enquanto menino. Na sua educação castrense foi com certeza inculcado o temor ao que poderia vir do leste, lá nos confins da linha do horizonte: a ambição de Castela pelo reino de Portugal.

Com uma impagável liberdade, ao poder dominar o mesmo horizonte neste glorioso dia, senti-me bem na minha pele, como um pequeno e incógnito rei.

Demandei aquelas paragens vindo da capital. Da grande Olissipo, onde sempre vivi toda a minha existência*.

O Mestre de Avis teve no Convento de São Bento provavelmente as suas fontes de saber. A sua biblioteca de Alexandria. Eu, enquanto infante e adolescente, vivi ou frequentei a casa dos meus avós maternos ao Campo Pequeno. Onde tinha à mão a biblioteca municipal do Palácio das Galveias.

Galveias, que é justamente outro ponto geográfico elevado muito próximo a esta terra de Avis. Mas pertencente a um outro município vizinho, Ponte de Sor. Galveias, uma das mais ricas juntas de freguesia do nosso país. Onde foi construída uma amostra de Alhambra dos tempos modernos.

Se não é Juno, parece...
Galveias, que é ainda e sempre foi, veja-se lá, a morada da minha… irmã.

Uma irmã em espírito, de que conhecia sua alma semelhante à minha desde há um par de anos. Mas de quem só vi os olhos ontem também.

A minha vida, não me canso de o dizer aqui, é mesmo um lugar estranho. Mas há dias em que, juro-vos, não a trocaria por nenhuma outra.
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* À excepção de um ano quase inteiro de calendário, em que uma temporária vida castrense compulsivamente fez do arquipélago da Madeira o meu lar.

2 comentários:

S* disse...

Ainda não tenho o prazer de conhecer!

Giuseppe Pietrini disse...

Então não esperes mais, S*.

Beijim! ;-)
Giuseppe
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