quarta-feira, 26 de março de 2025
• Until
Eu diria que bastaria viajar com outra pessoa e já não seria necessário também viver com ela. Mas de facto há alguns factores que se jogam enquanto somos nómadas que não são os mesmos enquanto somos sedentários. Enquanto viajamos não temos que cuidar duma casa que é o nosso ninho de amor. Só cuidamos de nós mesmos.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
• Ponte do Rol
O destino fez com que eu viesse bater com os cotos a esta terra. À aldeia de Ponte do Rol. Sede da freguesia com o mesmo nome, no concelho de Torres Vedras.
A priori tinha outros planos. De vir viver mais perto do mar, em Santa Cruz. Mas aqui creio que também não estarei mal de todo. E que até terei chances de vir a ser feliz por cá.
Com alguma probabilidade esta minha actual existência vai doravante fazer de mim um saltimbanco. Alia jacta est.
sábado, 11 de janeiro de 2025
• O meu superpoder
Ultimamente tenho andado a perder tempo no Threads. Nessa relativamente recente rede social, que está intimamente ligada ao Instagram. E ontem li um post que não queria ter lido…
Uma senhora partilhou com a web inteira que na sua passagem de ano, há uns dias atrás, vestiu-se de várias camadas de roupa - que nem uma cebola, nas suas palavras - e subiu a um ponto alto para observar os fogos de artifício à meia-noite.
Até aqui tudo bem. Mas no seguimento da sua curiosa história ela confessa que naqueles momentos chorou.
Tudo nos leva a julgar que chorou porque estaria sozinha. E eu apetece-me chorar porque ela chorou.
Talvez também chorasse porque estaria mentalmente a fazer um balanço do ano que findava. As nossas vidas passam muito depressa, um ano mal debuta e de repente vemo-lo a encerrar-se. E nós temos a sensação por vezes que desperdiçamo-lo totalmente.
Imagino o número de pessoas sós como ela que também terão chorado naquela ocasião por este mundo inteiro.
Ocorre-me pensar ao de leve e pateticamente por esta altura do campeonato que quiçá eu detenha um mui ilustre superpoder: o de fazer com que as pessoas parem de chorar.
Mas não o exerço. Porque as pessoas não me conhecem. A minha fama não me precede. Aliás, não há fama nenhuma. Sou um deus no maior anonimato.
E há tanta alma porventura lindíssima, como a da senhora que relato, que poderia usufruir do meu superpoder… Mas eu não chego a essas carências de receber. E nem logro aplacar a minha carência de me dar.
Bom, eu e o meu superpoder, creio que estamos destinados a ser duma só alma lindíssima. Que eu até suspeito quem seja. Mas se o fosse de toda a humanidade?… Porque não, caramba?… Que mal haveria nisso?...
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