quarta-feira, 24 de abril de 2013

• Em conchinha

Finalmente fez-se alguma luz no meu espírito inquieto! Já sei o que eu ainda quero desta vida!!!… 

Não quero mais tanto um casarão grande e confortável para me enterrar dentro dele e não mais querer sair. Ou um bólide para voar baixinho para todo o lugar para onde me apeteça fugir e chegar lá cheio de pó e cansaço. Ou poder viajar pelo mundo inteiro, só para me achar de repente perdido no meio duma multidão ou dum mato sem cachorro. Ou provar todas as iguarias e néctares que me enebriam mas que me podem tornar balofo.

Não quero mais tanto realizar sonhos ou ambições de carreira. Plantar árvores, escrever livros, criar outros filhos, etc.. Descobrir as soluções para os grandes problemas deste mundo. Ser o mentor da pax global e o exterminador de todo o sofrimento das gentes. Ter o meu nome numa avenida.

Luxos e mordomias têm a sua mais-valia fortemente revistas em baixa por mim hoje. E que me importa afinal se for partir desta terra anónimo! O que eu mais queria era voltar a ter o que perdi. E que é o maior benefício para a nossa saúde, o mais eficaz elixir da eterna juventude que haver pode.

Que é… dormir em conchinha.

E é uma tal obsessão que se eu tiver a desdita de reconquistar uma vez mais este privilégio imperial, nunca mais vou querer abrir mão. Haja coração! Eu sou um safado... mas bolas, eu mereço! Mesmo. E há-de haver por aí quem me mereça. E a quem eu possa ter mérito.

Eis o segredo do máximo denominador comum da felicidade no plural. Agora que o descobri, só me falta esperar que aconteça de novo o milagre. Tenho fé. Ainda a tenho. E não vou agora tão cedo deixar de sonhar. Porque já sei o que mais importa.

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